Há relativamente poucos anos, Portugal,
tal como outros países da EU, viveu o início de uma crise pecuária com contornos nunca antes vistos. O fenómeno criado pela
descoberta da BSE (vulgarmente chamada de doença das vacas loucas) originou que, de um dia para o outro, todo o País entrasse
em transe e deixasse de consumir a habitual carne de vaca e seus derivados. Tudo isto na defesa da saúde pública.
Hoje em dia, vivemos novamente uma crise
relacionada com as (tão simpáticas) vacas. Depois de anos de vacas gordas, Portugal vê-se agora perante uma realidade de vacas
magras. Todos sabemos diagnosticar com grande confiança o motivo fundamental para a magreza das vacas: a alimentação. Alimentarmo-nos
bem e de forma saudável é algo que não está ao alcance de todos (logo a começar por mim que ando com uns quilitos a mais).
Na perspectiva dietética da questão, coloca-se uma interrogação absolutamente necessária à continuação da exploração desta
matéria: Mas quem é que não deu de comer às vacas?
Pois bem, após 1986 e durante vários
anos, os fundos comunitários de apoio à economia portuguesa (a ração?) foram abundantes e disponibilizados de forma pouco
habitual para muitos (as vacas?).
Por incrível que pareça, as vacas foram
muito (e) bem alimentadas ao longo de todo este tempo. Surge então um novo fenómeno: Embora sejam alimentadas (muito e bem)
as vacas perdem peso!
É então que académicos e especialistas
científicos têm que investigar! Nasceu uma nova doença. Postas de lado as hipóteses de excessiva actividade desportiva, profissional
e/ou sexual das vacas, não são encontradas explicações razoáveis para o sucedido.
Em nome da saúde pública portuguesa,
exige-se dos responsáveis respectivos do país que sejam diligentes e consequentes na identificação de tão peculiar fenómeno.
Como contributo, deixo aqui uma ideia: estudar os casos de “engorda anormal” das vacas irlandesas... É que na
Irlanda o fenómeno é o inverso. E, por exemplo, até pode estar relacionado...
Pedro Salvador
06/01/2004